Liderar é ser capaz inspirar, já disse uma vez Cortella (2017). Acredita-se que o líder tenha capacidade de poder inspirar as pessoas a seguirem um caminho para a realização de um objetivo, de um propósito. Parece excelente que isto ocorra, melhor ainda se fosse possível ter sempre um líder a disposição para ajudar no trabalho de identificação do objetivo, mobilização dos esforços e das recompensas. Será possível? Vejamos que liderança é algo tão claramente desejado na sociedade atual, visto a imensidão de objetivos que pode o ser humano possuir, mas que nem sempre os atinge. O texto a seguir, discorre um pouco sobre o que é liderança, estilos de liderança relacionado com o desempenho das pessoas e os desafios que o líder enfrenta.
Antes de mais nada, devemos considerar que há diversos tipos de líderes. Alguns possuem os atributos amplamente desejados de serem carismáticos, persuasivos, inspirarem pelo exemplo e transmitirem confiança. Isto, no entanto, nem sempre ocorre. Os atributos enunciados estão presentes nos lideres chamados como democráticos, que exercem sua influência de forma moderada e racional. Possuem a capacidade de inspirar pelas suas ações e geralmente buscam a opinião do grupo antes de tomarem uma decisão.
Há, no entanto, o líder autocrático. Aquele que exerce sua influência de forma incisiva, com pouca participação do grupo nas decisões, por vezes gerando medo e sentimentos de retração e se utiliza de reforços negativos para direcionar as ações da equipe. São líderes que criam situação de stress, pressão psicológica sobre o grupo e transmitem a imagem de ser o “chefão” aos liderados. Em seu oposto está o líder liberal que deixa os liderados com liberdade para decidirem o rumo que tomarão, a forma como realizarão o trabalho e sua intervenção nas atividades é mínima. Este líder também é chamado de “laissez faire”, expressão francesa para “deixar fazer”.
Estes são os estilos de liderança que amplamente são divulgados em cursos de liderança, que tem suporte de alguns estudiosos, dentre eles Chiavenato (2000 p. 88). No entanto, podemos encontrar modelos propostos por outros autores que também enumeram estilos de liderança. Alguns deles, como Coleman (2017), propõem até seis estilos de liderança, que podem variar dentre o autoritário, o coercitivo ou direcionador, até o mais paternal e democrático possível.
Nota-se que os estilos utilizados pelos líderes no ambiente de trabalho estão diretamente vinculados a algumas variáveis, tais como a complexidade do trabalho, nível intelectual de seus liderados, cultura corporativa, a aceitação do líder, etc. Com este mix de variáveis, abre-se espaço para uma liderança situacional, onde o líder transita livremente pelos diversos estilos conforme a necessidade do momento. Porém, o grande desafio, neste caso, é obter um clima de estabilidade aos liderados dentre as suas variações de estilo de liderança. O que, as vezes, não é possível.
O desempenho das equipes está diretamente relacionado ao tipo de líder que possuem. Comprovadamente, as pessoas estão mais propensas a seguirem aqueles que lhes inspirem confiança, que se sentem identificadas com os valores e confortáveis para relatar suas dificuldades pessoais no trabalho. Os líderes que não possuem identificação com a equipe têm propensão em serem sabotados, mesmo que inconscientemente, pelos seus liderados que desejarão, no seu íntimo, não seguir um líder fraco – um líder ineficaz.
As organizações atualmente ainda enfrentam dificuldades em identificar e formar lideres eficazes e positivos para suas equipes. Os desafios impostos pela atividade empresarial, as instabilidades econômicas, ambientais e emocionais cotidianas, fazem com que seja necessário lideres resilientes, que consigam perceber oportunidades positivas em situações adversas, mergulhados em ambientes complexos. Líderes que mantenham os liderados motivados, animados para as atividades, e como forças internas suficientes para perseguirem uma meta, um objetivo, um propósito. Nesta atividade rotineira, temos a procura de lideres com valores pessoais condizentes com os da organização e a convergência dos valores das equipes para os objetivos organizacionais.
É, então, a expressão de Cortella “liderar é inspirar” correta. Liderar é dar uma visão, um exemplo, um propósito e, mais profundamente, uma missão a cumprir. O verdadeiro líder deve inspirar a todos, não somente aos liderados, mas também a si mesmo. pois precisa servir de exemplo antes de tudo. Afinal, ninguém segue outra pessoa, exceto se esta demonstrar em si aquilo que admira e deseja também alcançar.
Bons negócios a todos!
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